domingo, 2 de fevereiro de 2014

Studio Mil e Uma Noites


A MULHER NO EGITO ANTIGO






Nem só de homens a história foi escrita, já que desde tempos remotos, as mulheres sempre procuraram um lugar de destaque no cenário atual. De simples guerreiras a divindades endeusadas, as mulheres desde a antiguidade exercem poder e influência em sua sociedade, que mesmo sendo de ordem patriarcal não deixou de desempenhar seu papel.
A mulher na sociedade egípcia exerceu um papel muito importante e tinha praticamente os mesmos direitos dos homens, o que não ocorria em outras civilizações da mesma época. Elas chegaram a postos que só foram alcançados pelas mulheres novamente na sociedade atual. Havia muitos postos de trabalho e de destaque para as mulheres egípcias. Dentre muitas outras que fizeram história, podemos citar Hatshepsut que assumiu a coroa egípcia e é considerada a mulher mais popular a governar o Egito com o título de Faraó.
No antigo Egito a esposa é quem cuida de todos ao seu redor, incluindo seus filhos e os seus servos. Havia vários trabalhos disponíveis para a mulher, especialmente se ela fosse de uma família rica. Existem inúmeros registros de mulheres fazendo serviços domésticos, como tecelagem e preparação de cerveja e pão. As mulheres, na ausência de seus maridos, eram as chefas e tomavam conta também das tarefas deles. Elas tinham os mesmos direitos dos homens em tribunais e estavam sujeitas às mesmas condenações aplicadas a eles.
O casamento no antigo Egito era considerado importante para as mulheres. As garotas egípcias costumavam se casar na faixa dos 12 anos, enquanto os garotos tinham entre 15 e 19. Elas também podiam se divorciar, caso sofressem algum tipo de maltrato, por exemplo. Nesse caso recorriam aos seus familiares e pediam ajuda para intervir no casamento. O divórcio era algo simples e não necessitava de muito tempo para a sua obtenção. Entre os principais motivos de divórcios estavam os maus-tratos, o adultério e a infertilidade.
O trono no antigo Egito era por direito do filho mais velho. Houve alguns momentos da história egípcia em que a rainha, com a morte do Faraó, precisou atuar como Regente até que o filho mais velho pudesse governar. Para se tornar um Faraó era preciso ter todos os títulos reais exigidos. O casamento geralmente era feito entre irmãos, para manter o sangue real da família. Quando o Faraó se casava com alguma mulher que não pertencia à família real, esta se tornava uma esposa secundária.
Apesar das limitações impostas e das generalizações inerentes ao papel feminino durante o longo período faraônico, deve-se compreender de maneira prolixa que os monumentos e os textos no Egito antigo devem ser encarados como reflexo do ideal de uma minoria, uma elite masculina por excelência, e não como o registro de uma realidade vivida por todas as mulheres desta sociedade. 
Alguns documentos mostram que os direitos legais das egípcias não se estendiam efetivamente a todas as mulheres, já que, de certa forma, a igualdade entre os sexos tinha que encontrar um respaldo na riqueza e na base familiar. “Não devemos permitir que a grande visibilidade das mulheres na arte egípcia obscureça o fato de que existia a distinção de sexos como parte da estrutura formal da sociedade e que, em geral, as mulheres ocuparam uma posição secundária em relação aos homens ao longo de toda a história antiga do Egito”.

Carlos André
Equipe Egiptologia Brasil

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